A Prefeitura do Município de São Paulo publicou o calendário de realização de audiências públicas para debater o fechamento de trechos de vias para veículos, ou abertura da via para pessoas (entendam como melhor parecer a vocês), no período das 10h00min às 17h00min nos dias de domingo e feriados.
Pretendemos nesta publicação, com o intuito de subsidiar as discussões nas demais subprefeituras além da Sé (que já definiu a Av. Paulista como sendo a via ideal para a realização do programa), expor sobre as possibilidades de intervenções desta natureza.
Quando se fala em fechamento de uma via para fins de utilização para lazer, ideia que diga-se de passagem já foi implementada em outras gestões e em outras cidades, a primeira imagem que surge é da ocupação de um trecho linear de uma rua ou avenida. Neste caso, para garantir a segurança dos pedestres é necessário o fechamento dos cruzamentos existentes, formando uma barreira para a passagem de veículos de forma transversal ao trecho ocupado, além do óbvio bloqueio da via reservada para lazer.
Vejamos as figuras abaixo descrevendo um quadro hipotético, comparando dois tipos de ocupação com praticamente a mesma área destinada a pedestres.
§ Ocupação ao longo de uma via:
§ Ocupação de quarteirões:
Abaixo expomos um quadro comparativo dos dois modelos, considerando o comprimento de 100m para cada quarteirão.
Ao longo |
Quarteirão |
Variação |
|
Desvio (m) |
2.300 |
1.600 |
-30,4% |
Bloqueios (un) |
18 |
12 |
-33,3% |
Vemos que para obter as mesmas áreas de intervenção, o modelo baseado em ocupação de quarteirões provoca desvios menores e requer para a sua operação uma quantidade também menor de bloqueios, item indispensável de ser levado em consideração, uma vez que nele consiste o maior gasto de material e pessoal (cavaletes, cones, viaturas e operadores de tráfego).
Este modelo de ocupação de quarteirão também é mais similar às ocupações deste tipo que funcionam de forma permanente.
É claro que para cada malha viária sugerida nas audiências pública, outras soluções poderão se mostrar mais compatíveis, levando-se em consideração o relevo, oferta de comércio e serviços, resiliência dos moradores, etc. Desaconselhamos instalar estas intervenções onde durante a semana já ocorre a instalação de feiras-livres.
Sugerimos especial atenção para a minimização de desvios das linhas de transporte coletivo, e caso seja imprescindível, que sejam adotadas medidas operacionais para manter a sua qualidade, tal como a implantação de faixas exclusivas de ônibus nos trechos de desvio e verificação da existência de abrigos para a parada de ônibus.
Welinton de Bastos, Arquiteto & Urbanista